quarta-feira, 15 de abril de 2015

RELEITURA DRUMONDIANA


No caminho tinha uma pedra,
Em meio as pedras havia um caminho.
No meio do caminho tinha uma pedra,
Em meio aos caminhos haviam pedras.

Nunca me esquecerei das pedras ou dos caminhos,
Esforçar-me-ei para lembrar qual a diferença entre ambos.
Descobrirei vidas de retinas, fadigadas, ultrapassadas,
Tempos sem caminhos, tempos apenas de pedras.

Nunca me esquecerei, mesmo que não me lembre,
Que havia caminhos entre as pedras.
Afinal, se há caminho, há pedras;
Se há pedras, há caminhos.

[por Vinicius Seabra | escrito no inverno de 2014]

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