segunda-feira, 21 de julho de 2014

NEGRINHO DO PASTOREIO


Dizem que escravidão acabou
Mas injustiça não teve fim
Nem violência soube do término.

A maldade não acaba com quem somos
Somente acentua nosso caráter
Que de tanto sofrer define nossas alegrias.

Fim da intolerância longe está
Coronéis latifundiários ainda espreitam
Jagunços nada ficaram obsoletos.

Negrinho que desnuda nossa africanidade
Pastoreio que descortina nossas habilidades
Na mais obscura tortura de formigueiros.

[por Vinicius Seabra | escrito no verão de 2013]