sábado, 27 de fevereiro de 2016

PERIFERIAS DA VIDA


Viver como se de lá fossemos chegar
Caminhando sob o sol de nossas intensas buscas
Vislumbrando um anti-pretérito sem relances
Co-existindo com nossas alucinações não realizáveis
Buscando a utopia mais realizável possível
Encaixotando esperanças com rótulos amigáveis
Para além de uma sombra desfigurada
Distante de tudo que nos aproxima
Nas margens do resignificar das cores
Lugar onde dispensam todo o lixo
Anfiteatro do espetáculo dos esquecidos
Anônima vivencia daqueles que se misturam
Perto do precipício do esquecimento
Tão perto do semelhante que se camuflam
Certos do centro que pro lado ficou
Reconstruindo novos muros para não verem
Massa asfáltica para reconectar o improvável
Sinais de simbolismos esquecidos
Luzes que piscam: verdes, amarelas e vermelhas
Indo, vindo, ficando, tropeçando, buzinando
Chegando tão longe dali mesmo
Circunscrevendo os algoritmos ininteligíveis
Andando tão longe de casa
Esquecendo de sua própria identidade
Ali, aqui, por aqui, por ali
Tudo tão distante
Longe de mim mesmo.

[por Vinicius Seabra | escrito no outono de 2015]