Preciso falar com os tempos de minha própria
existência
Dialogar com as peripécias de minhas escolhas
Fracionar as mais lucidas intenções que me assombram
Dicotomizar em meu ser o que preciso ser.
Mesmo que um silêncio de mim se comunique
Ainda que sem palavras se possam escutar
Temendo sim as coisas não ditas
Sussurrando as desvirtues impronunciáveis.
Quisera um dia dizer o que em mim tanto sufoca
Não sabendo distinguir, nem conceituar tal sensação
Pois no vazio das verbalizações muitas palavras
escondem
Destes e nestes hiatos, eu existo.
Numa contemporaneidade adormecida em prolixidades
Descortina a amputação da narratividade
E, desta informatividade muda se escuta minha
banalidade
Doce tristeza de uma sinergia sigética.
[por Vinicius Seabra | escrito no outono de 2015]